A fim de manter viva a memória desta tradicional Organização Militar e, visando a cooperar na preservação e divulgação do patrimônio Cultural do Exército, foi criado, em 25 de janeiro de 1982, pelo Cel Claudio Moreira Bento, Historiador e ex-comandante do 4º BE Cmb, o Acervo Histórico Juarez Távora.
O Acervo Histórico denomina-se “Juarez Távora” em homenagem ao insigne oficial da Arma de Engenharia, excelente chefe militar (chegando ao posto de Marechal) e ter se destacado no cenário político nacional.
Ele é dotado de privilegiada documentação e acervo, possui escritos de valor histórico, publicações militares e civis sobre as Forças Armadas, sobre a Arma de Engenharia, especialmente sobre o Batalhão e sua integração com o Sul de Minas, particularmente com a cidade e a História de Itajubá.
imagens museu 4ºBE Cmb
A seguir, apresentamos uma transcrição de uma extraordinária fonte histórica, o Boletim Interno da Unidade no qual relata o elogio do Comandante do 4º Batalhão de Engenharia ao seu Batalhão quando do retorno desses militares ao quartel após a campanha da Revolução Constitucionalista de 1932.
Vale a pena ler e reviver essa história!
CONTINUAÇÃO DO BOLETIM REGIMENTAL N° 254 DE 10 DE OUTUBRO DE 1932 DE REGRESSO AO QUARTEL
Congratulo-me com os meus dignos camaradas pela terminação do movimento sedicioso de São Paulo e pela chegada do nosso Batalhão ao seu quartel.
Pelas elogiosas referências que tive ocasião de ouvir de várias autoridades militares às subunidades do Batalhão, posso com satisfação dizer que todos bem cumpriram suas missões, tornando-se assim, oficiais e praças, merecedores de francos elogios, digo, louvores pela lealdade, disciplina e abnegação com que prestaram seus serviços ao Governo Federal.
Seus trabalhos nas regiões em que operaram, por isso que não visavam a destruição nem o extermínio, poderiam aqui ser relembrados para enaltecer o importante e imprescindível papel da engenharia em campanha.
Mas isso, neste momento, poderia parecer ufania do batalhão pela necessidade de utilização dos seus serviços nestes três longos, por demasiadamente tristes e deploráveis, meses de peleja entre irmãos.
Cabe agora apenas, antes de retomarmos nossa atividade habitual nesta caserna, fazermos, e tão sinceros quanto uma sentida lágrima de glória, e de, saudade dos nossos sapadores vitimados no desastre do Pirapitingui, ardentes e perenes votos pela cessação das lutas fratricidas no nosso querido Brasil.
DATA DE NASCIMENTO DO TEN ENG ANDRÉ PINTO REBOUÇAS
No dia 13 de Janeiro, o Exército Brasileiro comemora a data natalícia de ANDRÉ PINTO REBOUÇAS, protagonista da denominação histórica do 5º Gpt E. Como forma de homenagem este grande comando apresenta a seguinte citação, solicitando aos Cmt das OMDS dar ampla divulgação, a saber:" André Rebouças (1838-1898) foi um engenheiro, professor, abolicionista e monarquista brasileiro. O primeiro engenheiro negro a se formar pela Escola Militar. André Pinto Rebouças nasceu em Cachoeira, província da Bahia, no dia 13 de janeiro de 1838.Filho do advogado Antônio Pereira Rebouças, um mulato, autodidata, que exercia a profissão de advogado, e de Carolina Pinto Rebouças, filha de um comerciante.Franzino, passou os primeiros anos de vida quase sempre doente. Em 1842 seu pai foi eleito deputado pela Bahia ao Parlamento Imperial. A família vai morar no Rio de Janeiro.
Formação André e seu irmão Antônio, amigos inseparáveis, iniciam seus estudos no Colégio Valdetaro.Eram amigos inseparáveis. Em 1849, passam para o Colégio Kopke, em Petrópolis e depois no Colégio Marinho, onde concluem os estudos de geografia, latim e inglês.Em casa estudavam para os exames da Escola Militar. André e o irmão classificam-se nos primeiros lugares. Em 1854 ingressam no curso e em 1858 concluem os estudos.Com os diplomas de Engenheiro Militar e os galões de primeiro-tenente, os irmãos requerem uma bolsa de estudos na Europa. Em 1861 recebem as autorizações e logo estavam embarcando.Permanecem um ano e sete meses na França e Inglaterra dedicados à teoria e prática da Engenharia Civil, observando pontes, estradas de ferro, canais e outras construções.De volta ao Brasil, André redige “Memórias Sobre os Caminhos de Ferro na França”, e com a colaboração de Antônio, redige “Estudos Sobre Portos de Mar”.
Classificação:Engenheiro Militar No dia 24 de janeiro de 1863, o ministro da Guerra, Polidoro Fonseca, nomeia os irmãos para inspecionar as fortificações do Litoral Sul, diante da possibilidade de um ataque inglês.André Rebouças, acompanhado do irmão, vistoriou os fortes de Santos, do Paraná. Em Santa Catarina, fiscalizou as obras de construção da fortaleza de Santa Cruz, onde permaneceu por dez meses.Em 1865, preocupado com a Guerra do Paraguai e cheio de ideias, se ofereceu diretamente ao imperador D. Pedro II, que lhe encaminhou para o Ministério da Guerra.No dia 20 de maio de 1865, o Tenente André Rebouças, com 26 anos, partiu para a guerra. Aos poucos, vai se tornando um oficial conceituado. O Conde d'Eu é favorável à sua tática de manter o cerco a Uruguaiana, tomada pelos paraguaios, sem bombardear a cidade.A tática de André Rebouças deu certo e a guarnição que invadiu Uruguaiana finalmente se rende.Estava iniciando assim uma longa amizade entre o engenheiro e o príncipe, o Conde d'Eu.Nessa época morre sua mãe e André Rebouças pede a baixa do Exército. Inscreve-se no concurso para lecionar hidráulica na Escola Central. Sua inscrição foi rejeitada com a justificativa de que fora realizada fora do prazo.O candidato preferido pelos professores era Borja Castro, mas o Ministério da Guerra, de quem dependia a Escola Central, suspende o concurso até acabar a Guerra do Paraguai.Pretendendo continuara no Rio, André Rebouças tenta dar aulas no Colégio Pedro II, mas não consegue o emprego. Aceita fazer um estudo para melhoria das fortalezas de Óbidos eTabatinga, no Amazonas.
Engenheiro da Alfândega do Rio de Janeiro Em outubro de 1866, o ministro da Fazenda, Zacarias de Góis o nomeia engenheiro da Alfândega para dirigir as obras de construção das docas do Rio de Janeiro.André Rebouças cuida da parte técnica, administra e faz relações públicas. Planejou e construiu as docas da Alfândega e da Gamboa. Consegue uma visita do seu amigo Conde d’Eu às obras.
Alfândega do Rio de Janeiro (Litografia - Biblioteca Nacional)André Rebouças projetou uma rede de abastecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro.Estudou e projetou as docas do Maranhão, de Cabedelo, do Recife e da Bahia.Em 1871, seus inimigos conseguem do Gabinete do Rio de Janeiro a nomeação do seu rival Borja Castro para a inspetoria da Alfândega e André Rebouças é demitido. Dom Pedro interfere, mas o Gabinete não aceitou as pressões ostensivas do monarca.Da indenização que recebera, ajudou seus auxiliares e operários. Destinou parte para o sustento de seus irmãos menores. Em 1872 morre seu irmão Antônio.Nesse mesmo ano, Rebouças vai para a Europa. Visita Portugal, Madri, Paris e em dezembro chega à Itália, onde se encontra com Carlos Gomes e assiste seus ensaios da ópera O Guarani. É convidado para padrinho do filho de Carlos Gomes e Adelina Peri. Em 1873 vai para Londres e depois para Nova Iorque. Tem dificuldade de conseguir hotel e conclui que é por causa da cor de sua pele. É impedido de assistir o espetáculo no Grand Opera House.
Campanha abolicionista Antes mesmo de sua viagem à Europa e aos Estados Unidos, onde sofreu com a discriminação racial, André Rebouças já se pronunciava a favor da abolição da escravatura.Em 1880 morre seu pai. André Rebouças, que não se casara, ficava sozinho com seus irmãos mais novos. Não frequenta mais as recepções e não faz mais visitas. Dele só se tem notícias pelos frequentes artigos que publica nos jornais.Ainda em 1880, finalmente é designado professor da Escola Central, então chamada Escola Politécnica.Rebouças junta-se a Nabuco, Patrocínio, Luiz Gama e outros abolicionistas nas manifestações públicas, mas permanecia nos bastidores. Administrava os fundos, organizava as manifestações e ajudou a fundar diversas sociedades.A companha tomou vulto e no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea, o povo.
Classificação:venceu. Sentindo que a libertação dos escravos era o prenúncio da República, sentiu como se tivesse traído o Imperador.Últimos anos e morte Com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, Rebouças que sentia admiração e respeito por D. Pedro II, embarca para a Europa junto com a família real.O Imperador elogia os fieis amigos e menciona o ilustre Engenheiro. André separa-se da família real que viaja para a França, mas mantém contato através de cartas.Em 1891, a morte do Imperador o deixou transtornado. Embarca para a África, mas desespera-se com a fome e a miséria do país. Muda-se então para Funchal, na ilha da Madeira, onde começa a dar aulas.Em 1896, recusa um convite de Taunay para voltar ao Brasil e reassumir o cargo de professor,pois havia muitas recordações desagradáveis.André Pinto Rebouças morre em Funchal, na ilha da Madeira, Portugal, no dia 9 de maio de1898. Seu corpo foi encontrado ao pé de uma rocha, bem em frente ao lugar em que morava."
DIA DO MAGISTÉRIO MILITAR
No dia 8 FEV, o Exército Brasileiro comemora o DIA DO MAGISTÉRIO MILITAR, data natalícia do MARECHAL TROMPOWSKI. Como forma de homenagem, o 5º Gpt E apresenta a seguinte citação: "Natural da Província de Santa Catarina, nasceu na cidade do Desterro, atual Florianópolis, a 8 de fevereiro de 1853, o Marechal Roberto Trompowski Leitão de Almeida. Em sua terra natal, fez os cursos preliminares, indo para a Corte com seus genitores. Estudioso, foi bem sucedido e em virtude de seu sólido preparo intelectual e de seu pendor para o magistério,foi nomeado repetidor da 1ª cadeira do 1º ano do Curso Superior da Escola Militar em que brilhara como aluno. Seus excelentes dotes vocacionais fizeram-no apreciado mestre a quem os discípulos se compraziam de ouvir as eloquentes preleções. O cioso militar além de se envolverem inúmeros projetos onde dedicava-se aos estudos ininterruptos da matemática, ciência que mais o empolgava à medida que nela progredia. Em 4 de fevereiro de 1894, assumiu o Comando interino do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Em seguida, foi colocado à disposição do ministro da Viação, para estudar a aquisição de material ferroviário. A 7 de outubro, reassumia suas funções de professor, na Praia Vermelha, cumulativamente com as de comandante do Corpo de Alunos, emprestando-lhes notável domínio da cultura e o desassombro exemplar de sua inflexível disciplina. Embora interinamente, o coronel Trompowski, sábio professor, reconhecido pelos seus talentos no mundo inteiro, ocuparia o alto cargo de comandante da Escola Militar da Praia Vermelha. O barão de Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores, o indicou para adido militar às delegações brasileiras na Grã-Bretanha, Suíça e Itália. Mais tarde, iria patentear, em terra alheia, aqueles sempre aplaudidos méritos pessoais e suas excelentes virtudes cívicas,como delegado técnico, assessorando o magno Rui Barbosa, em Haia, na Conferência Internacional da Paz Ainda na Europa, estudou os progressos do ensino tático e técnico para aplicá-los nos estabelecimentos militares brasileiros. Evidenciando, ainda, dinamismo e desmedido interesse pelas causas do magistério e pela instituição armada a que pertencia, a 8 de fevereiro de 1919, foi reformado, pela lei da compulsória, no posto máximo da hierarquia militar- marechal. Afastado do seio do Exército, onde vivera durante perto de cinqüenta anos, teve o seu nome enaltecido como um dos maiores matemáticos. A 2 de agosto de 1926, com 73 anos de idade, entre a dor dos familiares e reconhecimento dos que se acostumaram com suas magníficas obras, adotadas nos melhores centros universitários da Europa e do Novo Continente,
Classificação: cerrou os olhos para o sono profundo e eterno. É, hoje, Patrono do Magistério do Exército;Patrono da Associação de Professores Militares do País; há uma medalha com seu ilustre nome;há uma rua no bairro da Tijuca com igual denominação; e uma Escola primária, das maiores do Estado do Rio de Janeiro, o tem como Patrono: Escola Marechal Trompowski."